Coelhos Mini Ribeirão Preto

quinta-feira, 28 de março de 2013

Como conquistar a confiança de seu mascote

Você não encontrará aqui uma receita que lhe ensinará a conquistar a confiança de seu mascote em dois dias ou duas horas.
Tudo leva tempo, principalmente em se tratando de mini coelhos.
Muitas pessoas adquirem um coelho achando que este irá subir em seu colo, virar a barriga pra cima pedindo um afago ou lhes lamber as mãos em sinal de retribuição a carinho dado por seu dono e acabam tristes por verem que os coelhos não são como cães e gatos, que se tornam muito dependentes dos donos desde o primeiro momento.
Na verdade, os cães e gatos foram domesticados há milhares de anos, por isso confiam mais nas pessoas. Já os coelhos, foram domesticados há apenas algumas centenas de anos, sendo que a maior parte deste tempo eles foram criados para sacrifícios e para caça. Somente há poucas décadas o coelho passou a ser criado como um animal de estimação.
Devido à esse fato, o coelho tende a ser mais arisco e a confiar menos nas pessoas, por puro instinto.
Para se ter uma idéia da tão recente domesticação do coelho, basta uma breve pesquisa na internet para encontrar inúmeros casos de coelhos que foram criados a vida toda em casa e que se adaptaram perfeitamente à vida selvagem quando foram soltos, tornando-se novamente arredios e selvagens.
Por isso, não pense o dono que com alguns poucos dias de convívio será capaz de frear a evolução que fez com que os coelhos, por instinto, não confiassem nos seres humanos. Você confiaria em uma espécie que lhe caçou (e que infelizmente ainda caça) durante milhares de anos? Eu não confiaria.
Estas informações estão embutidas no código genético do animal e torna-se muito difícil "apagá-la" dali.
No entanto, ainda existem muitos casos de coelhos que confiam em seus donos desde o princípio e lhe pedem carinho, sobem no colo enfim.... fazem tudo aquilo que queremos que eles façam.
Se o seu amiguinho não é assim, aqui vai uma dica que foi aprendida depois de muito tempo de convivência e respeito: tenha paciência. Tudo se resolve com o tempo.
Não existe fórmula mágica, porém irei descrever aqui o que fiz com minha mascotinha para conquistar de vez sua confiança. Não estou certo de que estas minhas experiências irão ajudar alguém, pois o coelho possui uma personalidade forte, o que faz com que a maneira de ensinar seja diferente para cada coelho, mas lembre-se sempre de que os princípios são os mesmos: paciência e respeito.
Quando adquiri minha coelhinha ela era muito curiosa e medrosa. Não podia ver nada diferente que logo chegava para ver o que estava acontecendo. Até mesmo as pessoas que chegam em casa eram logo vistoriadas pelo seu frenético narizinho. A primeira vez que a levamos para passear na rua, no meio de várias pessoas que ela nunca havia visto antes, ouvindo som de moto e de cachorros latindo e sendo paparicada por todos, ela não se assustou. Ela andou com sua coleirinha peitoral toda curiosa, cheirando tudo ao seu redor. Até a gata que minha mãe cria não foi suficiente para intimidá-la (o gato que ficou com medo). No entanto, muitas vezes ela ouvia latidos de cachorros próximos ao nosso apartamento e se assustava. Se deixássemos cair algum talher, lá ia ela correndo para trás do fogão. Muitas vezes ela estava deitada tão relaxada e bastava um espirro para que ela se levantasse dando um pulo. Ela não gostava de carinho. Tinha medo. Até parece que a machucávamos. Pegar ela no colo era impossível.
Tentei, por diversas vezes, dar comida na boca dela, pegá-la no colo contra a sua vontade para dar carinho ou escová-la, na esperança de "amansá-la". Eu e minha esposa sempre lemos muito antes de adquirir nossa mascotinha e nos encantamos pelo carinho que eles aparentavam ter. Nenhum tratador ou artigo em qualquer website ou blog nos preparou para a triste descoberta: mini coelhos não vinham "programados" de fábrica para serem carinhosos.
Decidi mudar radicalmente minha forma de convívio com minha menina: já não a pegávamos mais no colo e nem fazíamos carinho sem que ela permitisse. Aos poucos ela foi se chegando. Foi deixando de ficar com medo de qualquer barulho e se tornou mais confiante.
Com o passar do tempo minha mascotinha foi aprendendo que eu e minha esposa não representávamos qualquer perigo para ela.
Muito tempo se passou (cerca de um ou dois meses) até que, surpreendentemente, ela subiu no sofá onde eu estava e colocou sua cabeça em baixo de minha mão, me pedindo carinho. Fiquei feliz e logo a acariciei. Ela abaixou sua cabeça e me permitiu dar-lhe carinho.
Nessa época lembrei-me do que é ensinado em adestramento de cães. Os cães só lhe obedecem se você demonstrar para ele que você é o líder da matilha. Essa é a maneira de ganhar a confiança de um cão. Então isso poderia me ajudar com minha coelha. Pesquisei um pouco na internet e encontrei um artigo sobre os macacos. Para se ter um bom convívio, os macacos tinham que pegar as pulgas uns dos outros. Isso fortificava os laços entre eles e os colocava em seus postos: líderes e subordinados.
Entre os coelhos não era diferente: na natureza, eles fortificavam seus laços lambendo-se uns aos outros.
Resolvi aplicar isto à minha mascotinha.
Há quem esteja pensando, agora: "não me diga que você lambeu seu coelho??"
Não, eu não o fiz (a esta hora já estaria morto devido às enormes bolas de pêlo que se formariam em meu estômago).
Ao invés disto, aproveitei um dos poucos momentos em que ela se chegava à mim e pedia carinho para tentar usar um pouco desta psicologia e garantir a confiança de minha mascotinha.
Abaixei-me sobre ela e passei a ponta de meu nariz sobre sua cabeça, imitando um movimento parecido com os de uma lambida. Para minha surpresa, ela (pela primeira vez) não só me pediu mais carinho como também começou a lamber minha mão e meus braços, como sinal de retribuição. Parecia que ela havia entendido e estava cuidando de mim, também.
Pode até ser coincidência, mas o fato é que, a partir daquele momento, minha coelha se transformou e passou a ser mais carinhosa, perdeu o medo por completo e sempre ficava a dar voltas em torno de meus pés, toda feliz toda a vez que me via.
Ela, que antes passava a maior parte do tempo atrás do fogão, escondida (só saía de lá à noite ou se lhe oferecíamos comida) passou a ficar deitada no sofá comigo ou no tapete da sala, sempre próxima de mim.
Portanto, aos donos que ainda não conseguiram "amansar" seus mascotinhos, o conselho é que jamais desistam ou os force, deixe que aconteça naturalmente. Com o tempo eles irão confiar em você e permitir que você também faça parte de sua família, pois com os coelhos é assim: eles decidem se você faz parte da família ou não, e não o contrário.
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